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Por Marcelo Menna Barreto

 

As universidades, centros universitários e faculdades do setor privado de educação fizeram uma aposta massiva na Educação a Distância (EaD) enquanto saída para a crise cada vez mais aguda que assola o setor. E acabaram, em alguns casos, provocando uma precarização nas relações de trabalho e na qualidade do ensino ofertado.

Os cursos a distância estão superlotados e chegam a ter 500 alunos por professor em média. Esse foi um dos problemas encontrados por um levantamento preliminar da Secretaria de Regulação e Supervisão do Ensino Superior do Ministério da Educação (Seres/MEC) em 11 Instituições de Ensino Superior (IES) privadas.

Essas IES, agora, estão sob avaliação do MEC que vai avaliar a qualidade do ensino ofertado por essas instituições. A maioria delas mantém a oferta de cursos em EaD no Rio Grande do Sul, caso da Estácio, Cruzeiro do Sul, Unopar, Uniasselvi.

Chama a atenção ainda o fato de as faculdades registradas na pesquisa perfazerem 65% do total das matrículas do país em cursos EaD. São cerca de 2,8 milhões de alunos concentrados nas 11 IES.

A média identificada supera muito o visto em outras IES particulares, que também não é baixa, chegando a 171 alunos por docente.

Entre as 11 faculdades auditadas pelo MEC, há casos que superam a marca de 500 alunos por professor.

Aumento de matrículas e redução de professores

O Centro Universitário Leonardo da Vinci, de Santa Catarina, por exemplo, proporcionalmente tem 2.594 alunos para cada professor. A IES hoje tem 669 mil estudantes ativos e 258 docentes. A faculdade pertence ao grupo Uniasselvi e tem polos por todo o país, inclusive em Novo Hamburgo, RS.

Com o maior número de matrículas, a Universidade Pitágoras Unopar Anhanguera possui 1.325 alunos por professor.

Em uma década, a Pitágoras passou de 202 mil estudantes para 693 mil e, no mesmo período, reduziu seu quadro docente que era de 708 em 26,7%. Atualmente, a instituição tem 523 professores.

A queda expressiva no número de docentes no ensino superior privado após o avanço desenfreado do EaD foi o que chamou a atenção da Seres e acabou motivando o estudo.

O decréscimo foi descoberto na comparação do Censo do Ensino Superior de 2022 com o de 2015.

Além de ter registrado o forte avanço da EaD no ensino superior, o Censo evidenciou que 20,7% das vagas de professores no magistério superior privado dessa modalidade foram cortadas pelas instituições nos últimos sete anos.

Se no período o número de professores caiu de 190 mil profissionais para 151 mil, o número de matrículas no ensino superior privado na modalidade EaD foi de 6 milhões para 7,3 milhões, um acréscimo de 21,67% no período.

IES privadas que serão avaliadas pelo MEC

Universidade Estácio de Sá
Universidade Cruzeiro do Sul
Universidade Pitágoras Unopar Anhanguera
Universidade Cidade de São Paulo (Unicid)
Universidade de Franca
Universidade Cesumar (Unicesumar)
Centro Universitário Estácio de Ribeirão Preto
Centro Universitário Planalto do Distrito Federal (Uniplan)
Centro Universitário Leonardo da Vinci (Uniasselvi)
Centro Universitário Internacional
Centro Universitário Estácio de Santa Catarina (Estácio Santa Catarina)

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